Monday, March 26, 2007

"O" Cara


Mudando da água pro vinho: Quanto está o garrafão de cinco litros de água? Uns R$ 4. E o garrafão de vinho: uns R$ 13. Claro, um vinho chinelão, mas como vou comparar uma água de marca boa? Só a Perrier, que custa muito, então teria que comparar com um baita vinho, aí não teria noção.
Bom, o fato é que esse cara aí da foto simboliza uma das revoluções das últimas décadas: a emergência da água como bem "natural", integrado num ideal de vida decente e simulado. A fala d´água, como mais um produto, é o fator de diferenciação social, como um corpo bonito, o intelecto desenvolvido e os alimentos "orgânicos". Ele é o avesso do ideal de vida monastérico, pois Dionísio não se preza frente a uma garrafa de vinho, e, é certo, como deus do vinho, deve ser no mínimo o Jesus do queijo. Assim, a emergência de um mundo em busca da água como fonte realizadora de vida traduz-se num contraponto da derrocada do vinho como percepção da morte, como aproximação da humanidade de seu aspecto humano, num certo sentido, como geração de um simulacro de vida que vende-se com as condições ambienteais.
Com certeza a não-realização das idéias iluministas de racionalidade universal e disseminação da educação resultará em um retrocesso da ciência, e, como resultado, muita gente vai apelar pra religião e pro"misticismo" pra complementar seu entendimento, gerando um preço a ser pago como toda promeesa: " a mentira tem pernas curtas", no caso (dos críticos do racionalismo), a filosofia racionalista seria estreita. Hoje em dia, por exemplo, o desenvolvimento científico é cada vez mais demorado, no sentido de que grandes descobertas serão cada vez mais raras, gerando espaço temporal e midiático suficientes para o questionamento da ciência, e, sendo assim, para a contestação da razão.
No início do século XVIII, o Iluminismo fazia mais sucesso que a camisinha de vísiceras de porco. Isso porque o ritmo de descobertas e proposições científicas era frenético, o que desmembrava a filosofia em departamentos cada vez mais específicos: a produção intelectual como especialização psicofatrurada (em contraposição à manufaturada). Agora, a água não toma o lugar do vinho? Das duas, uma: ou a interpretação vai ser explorada economicamente e será exaurida como produto cultural, ou o ideal misticista ganhará terreno a ponto de repetir o embate medieval ciência X religião.

Thursday, March 22, 2007

À Perder de Vista

Vou operar meus olhos: se perder alguém de vista me avisem: eu costumo confundir eiras com beiras.

Mas sem problemas:

"Montanhas não podm ser vencidas...*"

*A não ser por grandes empreendimentos estatais que atravessem sua base e gerem grandes lobbies.

Agora sobre o Papa Bento Sixteen

Na TV, pulserinhas do Bento. Correntinhas do Bento. Argolinhas do Bento. Titiquinhas do Bento. O guardanapo que ele limpou o batom, a maço de cabelo que ele cortou, as fotos de sua aparição no Disney Club e de sua agressão aos papparazzi, sua foto ao lado de Kate Moss. E agora, fiéis de Nosaa Senhora Aparecida, perdoai-o (assim enterra como escarcéu)?

Eu prefiro apedrejar o Papa a apedrejar o Bush. E tem lógica ou é só preferência?? Escolha a opção:

(1) O Papa. Velho escroto, deu uma overdose de Ecstasy pro nosso querido JP2 morrer na cúpula romana de pau duro. Na frente da CNN. Isoo não se faz. Além de matar a Joana do Arco, reafirmou o uso da camisinha, ao invés de substituí-la pelo uso da camisola.

(2) O Bush. Bebeu todas no ginásio,e quando recebeu a notícia de que ia ser presidente em 1989, fez um curso de datilografia talidomídica. Não prestou para nada. Mas trouxe Hollywood para o palanque (Schwarznegger) e fez o Saddam morrer (o que não é mérito, ele ia morrer de hemorróida mesmo).

(3) O Lula. Trouxe o sindicalismo pro Brasil, vendeu-se ao prestar entrevista pra Playboy e esgotou as glândulas sudorípadas no debate com Collor. Mas não perdeu a fisiologia: continuou com um dedo a menos e um saco a mais (de dinheiro).

(4) Leibniz: elaborou o conceito mínimo de lógica para que eu pudesse estar digitando estas besteiras, portanto, não me culpe: se não fosse EU que tivesse escrito isto, eu te encontro na Biblioteca de Borges (se apareceres por lá, eu vou estar na seção de sodomia).

Ainda em tempo, e já não era sem tempo, o Bush

Bom, Ele esteve entre nós. Agora é vudú desamarrado.
Quem não gostaria que algum estadista estivesse entre os nossos compartilhando de sua riqueza? Quem não gostaria de algum estadista gerando repercussão na "turnê pelo quintal"? Enfim, foi ou não proveitosa a vinda do "demônio"?

Por um lado, não. Preferia que o Hugo viesse acá, para repercutir sua ladainha retórica erística sofista, convencendo dezenas de que a revolução bolivariana é inexorável e o capitalismo é pré-requisito para tal. Além disso, a chance de acabar com uma bala perdida no lóbulo temporal seria maior no Rio de Janeiro do que na Venezuela.

Por outro, Bush veio para extorquir nosso álcool. Para escravizar-nos perante o declínio do petróleo. Será? Somos a maior potência da AL (até um fututro próximo em que a Revolução de Bolívar nos alcance), portanto nosso papel de negociador de commodities inclina-nos para tal e nossa tecnologia desenvolvida aciona-nos para tal. Se os EUA vão sucumbir à China nos próximos 20 anos? Talvez, digo que somente a presença de um ignorante-comum-texano permite-nos expressar a importância que norte-americanos dão para o futuro energético de sua estrutura produtiva. Se deveríamos repudiar esta visita de Bush? Claro, tanto quanto a do Papa Bento XLIX.

A História é fundamentalmente escrita por toscos comtemporâneos, que subjugam um ponto de vista dito "pós-moderno", blah, blah, idem. Vamos dar uma viagem no tempo para o Robocop para ele contar os mortos na Europa entre 1200 e 1600. A Igreja Católica Ocidental Apostólica Romana matou milhões, queimando em fogueiras (tranqüilo), afogamentos (barbada) e empalamentos (nnnãããããááoooo!!!!). E o que sobra para o "capitalismo selvagem de Bush"?

Impeach my bush!!!

Sunday, March 04, 2007

Janis Joplin em Tramandái

http://revistatrip.uol.com.br/81/janis/home.htm

Saturday, March 03, 2007

Questões Tostines

Nesta tarde chuvosa, sobreveio-me aquelas questões ótimas de se pensar, que por dias a fio sepultam qualquer tentativa de um sono rápido e descansado. Não seria a tarefa dos intelectuais contemporâneos a explicação, a explicitação, das origens de nosso desenvolvimento? Em contraponto, o mundo continua avançando, portanto, tal atitude não seria perda de tempo? Claro, a resposta já está delimitada entre os dois extremos da questão: a contemplação do passado e a perspectiva do futuro.
De Baudelaire: "a modernidade é o transitório, o fugitivo, o contingente, a metade da arte, cuja outra metade é o eterno e o imutável." Exatamente este tipo de espírito, aquiescendo entre as partes, é que desenvolve o senso crítico da realidade, portanto, a dialética faz-se presente no debate contemporâneo, e não foge à idéia aqui presente. Ora, na Economia é colocada uma questão similar a esta, que na verdade permeia quase toda a ciência, entre dois campos de estudo: a fronteira do conhecimento e a reflexão das idéias anteriormente desenvolvidas. Todo pesquisador de fronteira tem um ponto de inflexão que o obriga a pensar se não seria melhor abrir mão do que espera entender para relacionar o conhecimento adquirido com outras áreas ou com sua aplicabilidade ao invés de prosseguir seu estudo e expandir seu campo (numa linguagem economicista, a taxa marginal do avanço do conhecimento está tornando-se menor do que a taxa marginal da interdisciplinaridade do conhecimento).
OK, a mesa está posta. E não é coincidência que a emergência da interdisciplinaridade e o questionamento da ciência por parte da religião, seja este atacando-a ou sinergindo com a ciência, seja um fato neste início de século? Ironia à parte, parece que, houve uma troca de papéis no confronto do pensamento católico-ocidental com o pesamento científico nos últimos 300 anos. (Prova disto neste vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=rd3laVISXLA) De uma posição iluminista, parece-me que a ciência etá intrincada em uma questão que depende muito mais da expectativa da sociedade do que de seu "próprio" rumo. Descobrir que o mundo é limitado e que deus não existe realmente mexeu com o ânimo do homem.